terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Depressão pós Discussão na Porta da Balada

Outro dia lá pelas 4 da manhã, na porta de uma balada que entrei sem querer, acabei entrando numa discussão que virou quase debate GLBT. De um lado o que se ouvia eram os mesmos argumentos que eu escuto há mais de 10 anos, do outro, os meus argumentos vistos quase por fora do mundo gay.


Gay quer casar, gay quer adotar, gay quer andar de mãos dadas, gay quer respeito. Homofobia mata. A cada seilá quantos minutos morre um gay. Humm. Tá. Tá.

Lembro de um amigo, gay, e da sua visão sobre o casamento gay, que pra mim é a que mais vale até hoje: o casamento gay é uma piada, gay quer entrar na igreja de véu e grinalda, mas o mais engraçado é que eles querem algo novo se baseando em algo tão ultrapassado que é o casamento. É dessa forma que também penso hoje (por mais que nossa amizade tenha acabado por que ele vivia pra me ver na merda).

Desde a grécia antiga, da bíblia, do menino Jesus, existem gays e isso nunca, NUNCA, foi denominado um problema, doença ou quaisquer adjetivos pejorativos que você queira usar. Nunca. Mas evoluimos e com essa evolução carregamos essa mania de denominar algo, de escrachar e escrever na testa o que é e deixa de ser. Que preguiça.

Lembro que no meio da discussão levantei a questão da falta de união da comunidade gay, da cena gay ser regada a ~ostentação~ e prestações na Zara, afinal, gay tem que ser consumista e ostentar o drink que ele vai ralar pra pagar no final do mês. E eis que por fim consegui expor o meu ponto de vista sobre toda essa cena GLBT, que pra mim, é uma furada. Que foi algo meio que assim:

Não sei quem que inventou isso, mas acredite, isso existe: ser gay agora é ser um personagem. Gay tem que usar calça dobrada, gay tem que ostentar, gay tem que ter isso ou aquilo, gay tem que ser maldoso, gay, gay, gay. É tanto gay numa frase que eu até me perco. E é isso que defendi a discussão inteira: ser gay não é ter nenhum problema. Pra mim eu ser gay é o mesmo que ser hétero, bi, assexuado e o raio que parta. Não é uma denominação. É apenas ser. Sou. Fim.

Dai a discussão chegou aonde eu queria: leis. Gay quer ter leis minha gente. LEIS. Isso não é uma piada, eles querem. Mas não querem ser menosprezados ou sofrer qualquer tipo de regeição. Querem leis, pra eles. Argumentei que os ~heteros~ que batem em gays não tem as leis a favor deles e eles fazem, como pode? Cadê a puliça prendendo eles? Num tem. Sabe o que tem? União. União entre eles.

Não sou a favor de violência, e muito menos desses vermes, mas cansei de ver gays apanhando na rua do Bocage, augusta e até mesmo na Frei Caneca (ou para os gays: Gay Boneca) de uns 5, 6, 7 punks enquanto 200, 300 gays, simplesmente corriam. Não sei que matemática que os gays fazem, mas pra eles 300 são menos que 5. Claro, se tratando de dinheiro isso é diferente, afinal, no mundo gay importa quanto que você pagou na sua camiseta, ou no seu drink e se a sua for 300 reais e a do seu amigo 5, pronto, você é melhor que ele.

A discussão durou até quando de repente entrou outro gay, que tinha acabado de sair da balada e não sabia de nada o que estava acontecendo, no meio e mandou eu calar a boca. Sim, calar a boca. Afinal, ser gay é ser homem e por que não mandar outro gay que não é porra nenhuma na night calar a boca? Segundo ele: eu não sabia nada o que estava falando, por que ele era de São José e blábláblá. Resumindo: ele era melhor que eu por que morava em São José e convivia com mais preconceito que eu (embora ele nem soubesse de onde vim, com quem moro e etc). O mesmo gay comeu um cachorro quente e minutos depois jogou os papéis no chão. SIM, no chão. Afinal, ele paga impostos e se ele não jogar lixo no chão os garis vão perder seus empregos, né?

Vi toda aquela ceninha e me deu mais preguiça, pra não falar que me segurei por dentro pra não começar ali o tal preconceito que estavamos discutindo. Respeito tudo e todos, mas dói ver que gay, hoje, é esse personagem que muito quer e pouco faz. Gay quer lei, independente se ele for a pior pessoa do mundo. As pessoas mais elitistas e preconceituosas que eu já conheci na vida até hoje são gays, engraçado né? Tem preconceito com hétero, crente, gordo, magro, pobre, cafonas, carecas, quem pede vip na balada, quem toma busão (mesmo ele também tomando), quem não gasta na Zara e por ai vai. Piada pronta.

Dai eu penso em tudo isso e no que eu já vivi e vi, em todo o preconceito que já vi gays fazendo e concluo uma coisa: o universo realmente devolve o que somos e fazemos.E que bom seria se esquecessemos esse rótulo e fossemos pessoas com mais amor ao próximo e união. O universo agradeceria e tenho certeza que só devolveria coisas boas em troca. Por que no final vai importar quem você foi e o que fez, não o que você morreu querendo ser ou fazer.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Adorei o texto Rafa!!

      Além desse assunto você abordou o PRECONCEITO SOCIAL que existe muito aqui.

      As bibas sem um puto no bolso se acham as milionárias imagina quando tiver uma lei ao seu favor, vão se achar mais ainda e abusivas,Não generalizando, mas sim aquelas que são bem abusadinhas.
      Mas isso não é só eles, mas sim como qualquer outro ser de qualquer opção sexual.

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