quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Depressão pós Cidadão Universal

No curso técnico de marketing que fiz tive uma matéria que se chamava Ética (e mais alguma coisa que não lembro), quem ministrava essa matéria era uma professora careta, preconceituosa e que muitas vezes demonstrou todo esse preconceito sem nenhuma ética. Teve uma aula dela, a qual me lembro bem, era algum trabalho em sala sobre ética, direito e deveres dos cidadãos e lembro que o meu grupo ficou com o tema que dizia que: "as leis têm que ser voltadas e criadas partindo da ideia que existe um cidadão universal, ou seja, que valha para quaisquer pessoa, sem discriminar ninguém". Isso faz parte da nossa constituição federa. Lembro que por dias pensei sobre e como era difícil ser o tal "cidadão universal".

Quando escuto o termo "cidadão universal" me vem a cabeça algo ou alguém do mundo, e não só me limito a cor de pele, sexo ou opção sexual, e acredito que talvez essa seja a intenção que a constituição federal quis passar\criar, não sei. Eu sei que atualmente muito se fala de preconceito, discriminação e direitos humanos. E temos mais é que falar disso mesmo.

Falar de assuntos tão importantes, e diariamente, é o que acredito que nós, como cidadãos, universais ou não, é o que temos que fazer, por na roda, mas se tem algo que tenho pensado muito sobre é no tal "cidadão universal":

Hoje tudo é preconceito, discriminação, e sempre me pego pensando nisso: afinal o que realmente é ser preconceituoso? Um hétero chamar um gay de "viado" numa discussão é preconceito? Um magro chamando um gordo de "gordo" numa discussão é preconceito? E se fosse vice e versa? Numa discussão\briga podemos dizer que realmente seja difícil acalmar os ânimos, mas e se não for numa discussão, é preconceito? Preconceito então é dizer o que a pessoa é só que sem o "jeitinho educado"? Se eu chamar um gay de homossexual não é preconceito? Um gordo de fofinho não é preconceito? Pura hipocrisia.

O que mais vejo nessa era que estamos vivendo são pessoas fugindo do que são, talvez dói menos esconder o que somos, e se eu escondo quem eu sou, quem é você pra jogar na minha cara? Seu preconceituoso. Vou chamar a puliça. Vou te processar!

Numa mesa de padaria eu conversei recente com uma amiga sobre isso: parece que hoje tudo é preconceito, tudo. Aprendemos a falar essa palavra e só a falamos. - Vai que eu consiga processar alguém e ganhar uma graninha. É isso que me parece. 

Então concluímos que preconceito não é você simplesmente não gostar de algo, você não tem que gostar de negro, gordo, branco, amarelo, chines. Preconceito está ligado ao ódio, você pode simplesmente não gostar fisicamente de alguém, mas fazer disso um ódio e bater, afetar o psicológico e matar por isso é o tal preconceito. Preconceito está ligado ao pior sentimento do mundo e não ao seu gosto pessoal. Por exemplo, eu nunca namorei com um negro, apenas ainda não me senti atraído pela beleza de um negro, não é que eu o odeio, eu apenas ainda não me senti atraído por um negro, nem sexualmente e nem sentimentalmente, isso não é preconceito. Eu convivo muitíssimo bem com um negro, mas eu nunca me vi construindo uma família com um, por simplesmente ainda não ter sido atraído por um negro, isso não é preconceito, é o meu tesão e a minha felicidade que está em jogo, mas isso não quer dizer que caso eu me sinta atraído por um eu não vá fazer por ele ser negro, não. Fim.

Eu sempre me pego reparando nas pessoas no ônibus, na fila do pão, na rua, e penso se isso é um problema, se é o tal julgamento, e num dialogo comigo mesmo, penso que não. Todos nós ao sairmos de nossas casas saímos para sermos vistos, nos "amostrar", caso contrário ficaríamos em casa, trancados. Eu reparo em tudo, sou um aquariano nato, mas eu não odeio nada do que vejo, eu simplesmente não gosto de muitas coisas, e de outras gosto muito, simples. Gosto é que nem... E acredito que isso não seja um problema em sí, e acho até legal quando não gosto de algo, pois fico a todo custando tentando entender aquilo, o por que estão usando, quem usa e tals e logo me vem Pierce na cabeça, na hora, e fico que nem criança tentando descobrir os "signos" daquilo que não gosto, pra mim é uma terapia...

Voltando ao cidadão universal... É muito difícil fazer leis pensando e tentando acreditar que exista alguém que seja universal, e confesso que queria saber mais a respeito do que é ser "universal" para constituição federal, pois todas as vezes que eu tentei ser universal eu acabei discriminando algo ou alguém, sem querer. E isso por várias vezes fez eu crer que eu era uma pessoa ruim. Por eu não conseguir ser universal sem discriminar alguém acabo pensando que sou alguém muito ruim, o Hitler reencarnado (Deus que me livre). Eu não sei se fico preso ao termo "universal", que pra mim tem um apreço muito grande, ou se é culpa da complexidade do tal termo "cidadão universal"

E talvez essa busca por ser um cidadão universal nunca acabe, talvez eu desista no caminho, ou quer saber? Talvez isso seja mais uma lorota dessa constituição tão ultrapassada que esse meu país ainda utiliza, e enquanto isso, vou sendo o meu universal e no mais simples da palavra: vou fazendo tudo o que o universo me agradeceria!


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