segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Depressão Pós: Rei do Camarote


Parei para pensar, li e reli tudo o que estão falando sobre o "rei do camarote", e sinceramente? Vocês tão sendo como ele: vazios. Há anos isso acontece, e tenho visto pessoas que há anos tentam entrar nesse mundinho que ele nos apresentou num vídeo tosco de 3 minutos, numa revista tosca. Tenho visto, e achado bem engraçado, pessoas que vivem se "esforçando" (pra não se dizer humilhando) para entrar num camarote de uma balada X na augusta ou The Week. Não, não apoio o consumismo e também não faço desse pensamento um pensamento coxinha, pelo contrário. Mas o sujo falar do mal lavado é o novo preto: todo mundo usa. Vivemos num sistema que a principal característica é fazer isso mesmo: cuspir na cara dos menos favorecidos, e esses menos favorecidos cuspirem na cara dos menos favorecidos e assim por diante. Quando você vai numa balada e gasta 50 reais é como se você cuspisse na cara de uma pessoa que pode gastar 20, 30, ou qualquer valor a menos que você. Foi isso que esse cara fez: cuspiu na sua cara, por isso doeu tanto em você. Ele só fez o que uma vitima do capitalismo faz, que eu, que você, que o papai noel, que o coelhinho da pascoa faz. Só.

Liberdade de expressão tem sido a reivindicação que eu tenho mais escutado nos últimos meses. Agora te pergunto: o por que o cara não pode gastar 1, 2, 3 milhões numa balada e fazer um vídeo sobre isso? Oras, é o dinheiro dele, que ele trabalhou e trabalha para ter (não vou entrar no mérito de quantos eles escravizou para ter isso por que essa é outra discussão)! Ei, você ai, eu já vi você comentando de alguma socialite que participou daquele programa super cult (ironia) o "Mulheres Ricas", se lembra? Não? Eu sim.

E convenhamos? Eu sei que você também queria esbanjar numa balada, voltar pra casa de taxi ou dormir no Formule 1 depois de uma noitada com "bons drinks", mas como você não pode, essa cusparada doeu e assim como você acha que faz inveja para alguém, você também inveja e cobiça ter algo que não tem. Capitalismo. Prazer.

No fundo não é o Rei do camarote que é o culpado por isso, não é eu, nem você. Sabemos quem é. Mas temos essa mania de enaltecer pessoas e acharmos que elas são intocáveis por estarem num poder que VOCÊ\nós deu\demos a elas, cômico.

Na real? O que mais me emputece, e queria que emputecesse cada vez mais vocês também, é ver que estamos sendo roubados pelos nossos próprios funcionários e achamos isso normal. Sim, os políticos são nossos funcionários, e agora para resumir bem e demonstrar com bastante carinho o que eu estou querendo dizer: vamos nos preocupar mais com o que é nosso por que como dizem: cu cada um tem o seu. E não é diferente com a vida, com o cartão de crédito, conta bancária e etc.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Conto: O menino que se amava de mais.

Franzino, curvado e sempre as 7AM: ele quebra aquela direita, todos os dias. Um ritual que já vem com ele todos seus quatorze anos de uma vida misteriosa. Naquela direita, meio parecendo que foram postos estratégicamente por ele, encontram-se dois dos maiores bancos dessa movimentada megatropole, o “Time is Money” e o “Less is More”, ambos com fachadas robustas, pós-modernas, com seus altos e largos espelhos esverdeados, lembrando dinheiro, e com seus funcionários roboticamentes treinados, e felizes - há quem diga que são também milimetricamente treinados para parecer isso. Da calçada não se vê nada lá dentro, a não ser seu “Eu” refletindo naqueles esverdeados e límpidos vidros. Logo a direita do “Time is Money” tem um beco que nunca chamou atenção de ninguém naquela caótica megatrópole:
- Ainda mais logo ali, entre um dos maiores bancos da cidade, quem faria algo ali, naquele beco pra correr o risco de ser pego pelos fortes e imponentes seguranças do banco? Fora que a polícia sempre está por ali.
- É, ninguém correria esse risco.
É essa a conversa entre duas amigas, com suas saias nos joelhos e ternos passados com um perfeccionismo-virginiano. Engraçado, nessa cidade há sempre alguém respondendo as nossas perguntas enquanto as pensamos, até me benzo sempre que isso acontece, vai que eu ganhe na megaloteria?
- Bom dia Dona Dina
Dona Dina é a dona da padaria que fica ao lado do beco do banco. E quem fala é aquele franzino e curvado menino misterioso da 7AM. Penso: - Esse menino se fosse meu filho eu o levaria no médico, curvado, quase caindo pra frente, nessa idade? Isso não deve ser normal, depois quando ficar mais velho vai tá aí, reclamando! Quem dizia isso era a prima da minha avó, isso la na época de 2013, Dona Amélia - que veio morar conosco quando ficou viúva do coveiro, Sr. Miurra, um japoneizinho gente fina. Nossa, me lembro como hoje, aliás, como já “tou” ficando velho: quanto tempo já se passaram. 2080, quem diria? Eu, aquele moleque franzino e “mirradinho”, aqui chegando. Obrigado mãezinha ai do céu. E me benzo. Talvez seja por isso que estou aqui firme e forte.
Da padaria a sua casa, sempre nessa ordem, lá se vai o menino franzino, sem falar com ninguém, sem ninguém, só ele e ele. No caminho de ida e volta, bem em frente daquele banco que fez com que a minha família perdesse tudo, ele se olha naqueles espelhados vidros esverdeados, é como se o amor estivesse ali. É uma admiração parecida com a que eu tinha com a Gabriela Ferraz, uma menina linda que vi refletindo naquele vidro espelhado do antigo prédio onde funciona hoje o “Time is Money”, em vinte e cinco de agosto de 2020. Me lembro como hoje. Me benzo. Falar esse nome me da arrepios. Credo. (e então resmunga baixo):
- Quando que esse povo vai perceber o mal que eles nos fazem?
O garoto franzino nem se vê mais, hora dessa já deve estar em casa. Essas crianças já nascem todas correndo.
- Boa tarde
- Opa, boa tarde!
Esse é o Fernando, estudamos na quinta série juntos, casou com a Ana Lúcia, chata pra “carvalho”. Pra não dizer outra coisa. Não sei nem se terminou o colegial, ganâncioso do jeito que era deve ter trocado o estudo por trabalho. Tem a quem puxar: seu pai. Senhor Ernesto Hamlish (Rã-m-li-sh, lembro que sempre sofreu bullying por causa do seu sobrenome por ter “rã” no meio). Empresário de sucesso, endinheirou-se e nunca mais foi feliz. Se casou três vezes até que conheceu a mãe do Fernando, Senhora Brenda Hamlish, um amor de pessoa. Lembro dos chás e bolos que nos preparava, de um capricho singular.
- Boa tarde
- “Tarrrde”
Se esse porteiro soubesse como esse “- Tarrrde” me irrita ele com certeza aprendia a falar o “Boa”.
Nossa, bem que a prima da minha avó tinha razão: andar curvado quando jovem dá uma dor danada quando se velho. Que Deus a tenha. Puxa, aí, ô coluna, colabora. Ligo então minha Tvphone 3D, a comprei numa dessas promoções que o governo faz para vender o que está “encalhado” nas lojas. Paguei barato. Ainda estou começando a aprender mudar os canais. Peraí. Deixa-me ver. Acho que é esse. Aí, tô com uma dor aqui na coluna. Acho que consegui. O problema dessas coisas modernas é o tempo: o tempo que passamos aprendendo e o tempo que perdemos com elas. Na minha época quem tinha um tablet era Rei, o útimo celular lançado: príncipe - e ficava com quem quisesse. Acendo um cigarro para relaxar e vê se me desligo dessa dor.
23:00 PM. É essa a hora que consigo enxergar no meu relógio. Cochilei. Nossa, fazia tempo que não cochilava assim. Sono acumulado é um problema. Mas talvez cochilei por conta do analgésico.
(trim-trim-trim)
- A essa hora, quem que me incomoda meu? Alô.
- Alô
- Quanto tempo rapaz! (Bruno é um dos meus grandes amigos, na adolescência aprontamos tudo o que pudemos, São Paulo depois da nossa adolescência nunca mais foi a mesma)
- Verdade... Tá em casa?
- Não, você liga na minha casa e não estou em casa. Tá. Fala, o que você quer?
- Topa uma rodada de icebeer?
- Você parece não me conhecer, não? Onde? que horas?
- Bar do Ledz’s. Não sei, talvez as 23:30PM.
- Acabei de acordar. Chego as 23:45PM. Sem Atraso?
- Sem atraso.
- Combinado. Aí.
- Combinado. o que foi?
- Nada, só estou enferrujado. (rimos sem parar)
- Então tá combinado.
- Tá. Tchau.

6AM. (bip, bip, bip)
Não suporto o barulho desse despertador. Se ele soubesse pensaria antes de me acordar. Bom dia mundo. Me benzo. Bom dia mãezinha ai do céu. Então abro a janela e vejo na no finalzinho da Av. Sumaré ele, tão gracioso, tão puro e ingenuo. Vai surgindo aos poucos, e então, colorindo tudo, sem pedir nada em troca. O laranja se mistura com aquele vermelhinho que ora é rosa, ora é um vermelhinho que me lembra amoras amadurecendo, igual as que costumava colher naquela amoreira que tinha em frente ao antigo prédio que esse maldito banco enfincou suas garras! É incrível como tudo parece que vai ganhando vida, pouco aos poucos. Consigo ouvir os barulhos daquelas velhas botas pesadas descendo a avenida. Clash-clash-clash.
São 7AM em ponto e lá vem ele, o mesmo franzino, misterioso e quieto menino da Rua Atalaia. Parece desfilar com suas botas pesadas em meios aqueles homens engravatados e robóticos. Despretensioso. Não pede nada em troca, não oferece nada. É apenas um garoto, franzino, curvado e que quando ficar velho terá dores na coluna. Ela nunca saberá disso: mas sempre concordei com a Dona Amélia em segredo.
Num ritual de culto ao corpo tão puro ele quebra aquela direita, e naqueles vidros esverdeados-amaldiçoados ele se admira, é o amor ali; há o amor naquela admiração tão singular. Se embeleza sem pressa, assim como seu caminhado. Tudo fica em câmara lenta e quando vejo já não se da mais tempo. Droga. Amanhã eu irei fazer o que sempre quis fazer, antes que essa dor me mate, ou que caia um meteoro, ou a Terra exploda. Me benzo três vezes seguidas.
Ja se passam dos 55° C. 55. Cinquenta e cinco.Cin-quen-ta e cin-co graus. Os polos já se derreteram. Se o homem tivesse ouvido o que aqueles pesquisadores malucos daquela época falavam isso não teria acontecido, malditos. A cada dia esse calor aumenta mais, que Deus do céu me leve antes disso aqui explodir. Ligo a T.V. Vejo a Terra explodindo, ou melhor, a Av. Sumaré, lá bem na esquina com a Av. Paulo VI, vejo a cidade pegando fogo (se tem uma coisa que esses homem que fazem TV não aprenderam ainda é que essas legendas miudinhas são difíceis de se ler). Pego meus óculos: manifestantes tomam a Av. Sumaré. Rapidamente me lembro daquelas manifestações que vivi em 2013:
- Esse “povo” não tem é o que fazer, por isso ficam aí protestando atoa!!
Era isso que eu e milhões de jovens ouvíamos. Se bem que pra mim os que mais me irritavam eram os comentários dizendo da minha idade, muitos diziam que eu era “maria vai com as outras”, que não sabia o que estava fazendo ainda, pois era uma “criança”. Espero que esses mais velhos que me criticavam, como a prima do meu pai que devia ter uns 30 anos naquela época, esteja viva para ver o que está acontecendo aqui, agora, e quem eles estão usando como referência: nós.
E aos poucos não se fala em outra coisa a não ser nos jovens que lá vem descendo a Sumaré. Vagarosamente... já se pode ouvir os primeiros gritos dos “gigantes adormecidos”:
- Ô GIGANTE ACORDOOOU-ÔÔ…
- Seeemmm violência! Seeemmm violência! Seeemmm violência...!
Como fizemos naquele 2013. Pouco a pouco se ouve mais. Os pelos arrepiam, a mão soa, o coração vibra. Me debruço naquela janela e me ponho a admirar… Vou logo preparando meu chá, pra não perder nenhum detalhe do que eu estava prestes a reviver (sirene). E então eles chegaram e de: -  Ô GIGANTE ACORDOOOU-ÔÔ… Passo a ouvir barulhos de explosões. Ainda não conseguia avistá-los. Maldita vista que tenho desse apartamento - sempre me perguntei quem foi o grande gênio que decidiu colocar a única janela do apartamento bem numa curva? - mas podia ouvi-los como se estivesse vendo-os. Booomm! Booommm! Escuto então barulho de vidros sendo estilhaçados e é quando me esforço mais um pouco para conseguir vê-los. A dor na coluna não ajuda muito. Crafttt! Crack! Plaft! São eles, tão límpidos, com brilhos, que refletem todos os dias aquele menino franzino, que embeleza aqueles cabelos castanhos, e as saias das garotas que nele refletem; ali, o amor, puro, ingênuo, de uma pessoa por ela mesmo, esverdeados como o orvalho e  brilhosos como aquele “solzinho” sem vergonha que nasceu essa manhã. Se partindo como cascas de ovos, tão frágeis como. Ver todo aquele “poder” se esmoecendo como cascas de ovos foi de encher de orgulho esse peito aqui. E bato no peito, forte. Foi quando de repente subiu aquela fumaceira branca e desmaio.
Esse é um dos problemas de se morar baixo. Acordo e tudo já estava:
“ - Tá, tudo sobre controle”.
É o que o capitão diz na TV. Amo falar e quem fala: “ - Tá tudo sobre controle!”. Acho engraçado usar essa expressão tão autoritária sem ver problema nisso. Comemorando o que ainda não sequerá sabia o que tinha acontecido me pus a me dobrar à janela e me torcer todo para ver aquela esquina.
Em chamas, ali, nos meus olhos, a maldição da minha vida no chão. Aquele desgraçado banco esta no chão mãezinha. Eu falei. Eu falei que esse dia chegaria, não falei? Bato no peito. Pulo. Danço ouvindo a notícia, e esqueço da dor nas costas. E é num passinho digno do rei Michael Jackson que ela insiste em aparecer, como um cometa, como aqueles manifestantes que “botaram” no chão o maldito sem dó, ela, que a prima da minha avó já tinha me avisado. A dor maldita.Tomo tudo o que vejo para dor na minha frente, queria comemorar sem parar.
6AM. (bip, bip, bip)
Puta que pariu. E então percebo que acordei no sofá, ali mesmo onde tinha tomado aqueles malditos remédios. Apresado pra ver com meus próprios olhos tudo o que tinha acontecido até a espera pelo elevador em deixa mais ansioso, e puto da vida por ainda ter que esperar por esse negócio treco tão obsoleto.
Na rua não se vê ninguém, todos estão temendo o tal gigante, coitados, deveriam temer outros gigantes. Dona Dina não abriu hoje, e o franzino, será que vem? Mãe do céu. Avisto o banco no chão, em meio as cinzas, aqueles lindos espelhos que refletiam aquelas meninas de saias até o joelho com seus sorrisos robóticos, seus imponentes seguranças, e ele, o menino franzino, que parecia se amar naqueles espelhos, o menino que se amava de mais. Pego um pedaço de estilhaço de espelho, e então guardo no bolso, logo a cima do peito esquerdo. Cada passo em cima daqueles vidros doía, me cortava. E é bem naquela mesma esquina que durante quatorze anos que ele se admirou, eu o conheci, parecia que algo foi o arrancado, sem pedir, sem comunicado:
- Como pode, e todos os trabalhadores desse prédio, onde trabalharão? E ela? Onde ela vai trabalhar? Não, não, malditos!!!
- Parece que a coisa foi brava ontem - exclamo querendo puxar assunto.
- Malditos, como podem tirar assim algo de alguém?
- Calma, dinheiro nunca foi problema para esse banco, já, já tá de “pé” novamente - falo num tom de deboche, a fim de acalma-lo, e é então que num tom de desilusão escuto retrucando.
- E ela? Era hoje, hoje que ia entregar isso a ela - e mostra um papel amassado, guardado num bolsinho do lado esquerdo, em cima do peito.
- Ela quem rapaz?
- Aquela menina, da saia nos joelhos!
- Que menina?
- A que eu via refletindo todos os dias nesses espelhos - aponta para os estilhaços no chão, com um olhar desolado - aqueles longos cabelos, pele lisa, olhos grandes, de saias nos joelhos, que todo dia passava aqui as 7AM, com sua amiga, rindo fácil e que sempre usava o crachá, aquele crachá que um dia eu o encontrei, bem aqui - e aponta para o beco - e li nele aquele nome que não sai da minha cabeça. E ela, a única que parecia ser realmente feliz e que eu tanto admirava-ava-amava-ava? E agora?
- Ela voltará aqui, já, já, esse banco está de pé novamente - o acalmo. Mas meu caro rapaz, quem é ela? Por que tanto medo de não vê-la? Qual o nome da moça, e o sobrenome? ‘Se’ tem? Talvez a Dona Dina a conheça…
Levanta a cabeça, me olha bem em os meus olhos, calmo e como uma sensação de estar vendo-a em pensamento me responde:
- Gabriela Ferraz.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Depressão Pós Stalkear

"Quem nunca stalkeou um ex-boy-lixo que atire a primeira pedra…” Se a música da Pitty fosse feita hoje, com certeza ela teria essa letra, e milhares de pessoas se identificariam se a letra fosse essa, não? Não sabe o que é stalkear e por isso não sabe dizer se sim, ou se não? Vem com a gente nesse balão e descubra se você também é uma stalker e entre nessa campanha comigo: 365 dias sem stalkear ninguém!

Encontramos no dicionário informal a seguinte descrição sobre o termo (e que eu amei!): “Resumidamente, stalkear é a vigilância exacerbada que uma pessoa faz a outra, muitas vezes forçando contatos indesejados. Nem sempre há um motivo claro além da obsessão, no entanto, um stalker (ou seja, o obcecado, aquele que stalkeia) muitas vezes pode ter o intuito de amedrontar sua vítima. Portanto, perseguidor é uma boa tradução em português para o termo.

Entendeu o que é stalkear? Então, faz sentido agora? Pra mim sempre fez, mas na minha época stalkear era o famoso cuidar da vida do ex-boy-lixo! Vamos aprender mais sobre o que é stalkear, e assim fazer uma campanha para que a Pitty atualize a sua música, e no final desse texto vamos firme e fortes ao que interessa: ex-boy-lixo não merece ser stalkeada por nós!

Sabemos com quem ele saiu na noite daquela sexta que nem aconteceu ainda, sabemos quantos “whats” ele vai mandar para aquela tal de Aninha antes mesmo dele mandar e já conseguimos prever que o sabadão será de ressaca? Sinto muito mas somos stalkers, e assumimos isso da pior maneira: tendo uma DR com ele e jogando tudo isso na cara dele!

Antes dele descobrir que somos stalker ele pensa se deixou o “feice” aberto na sua casa, se você é hacker e hackeou o cel dele, ou se foi o Obama que ouviu tudo e te contou! Mas logo lembram que somos daquelas que brigam no bar em voz alta por ciúmes, que na festa do priminho dele demos chiliques só por que ele dançou com a tia e óbvio: tá tudo no feice e não saimos do feice! Stalkers! Somos, prazer!

Mas, graças ao feice, não sofremos bullying das amigas, pois todas também são stalkers!

Uma boa stalker lê tudo e chora, sozinha, na frente do seu pc, mas na frente das amigas fingimos que isso nem abalou, que somos fortes, e que já estamos apaixonadas por outro! Quem nunca? Stalkear machuca, eu sei que machuca, mas boa stalker é masoquista, quanto mais machucar, mais stalkearemos!

Nenhum relacionamento nosso da certo, e cada vez nos machucamos, curamos e ficamos mais forte, e claro, desconfiando de tudo, afinal, o ex-ex-boy-lixo fez a gente se tornar mais stalker do que nunca! Chifre dói, mas stalkear dói mais!

E quando já estamos num caminho sem volta, e se especializando mais em stalkear, percebemos que ou vai, ou raxa, resumindo: ou paramos de stalkear *todas choram* ou nunca mais namoraremos, e não casaremos! Nunca mais namorar? Não casar? Não, nunca, eu ainda quero casar, ter filhos gêmeos e ser feliz num castelo com um príncipe encantado! Nos olhamos no espelho, lavamos a cara e gritamos bem alto: FIM, EU NÃO VOU MAIS TE STALKEAR! 


E é assim que começa hoje meu projeto verão: 365 dias sem stalkear o ex-boy-lixo. Durante todo esse projeto, que o me tornará uma pessoa melhor e mais feliz (e que fará eu realizar meu sonho de casar, morar num castelo, ter gêmeos e ser feliz) postarei dia-a-dia dessa rotina, o que mais tenho sentido falta, que doce coloquei no lugar de stalkear ou se me matriculei na acadêmia. Me acompanhem, compartilhem suas experiências e sejamos todas felizes para sempre. Fim

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Depressão pós Boy-Lixo

Ele é lindo, jogaria no time principal de futebol americano em qualquer seriado americano, e lógico, seria o que todas queriam ter: até você. Conta piadas, toma breja com você até dar pt, se mostra ser um gentleman e se você quiser ele tatua seu nome no braço, para quando fazer um gol mostrar para câmera. Você é aquele desastre em pessoa, aquariano com lua em câncer. Ele faz poesias com o seu nome enquanto você baba e manda um whatsapp pra sua amiga dizendo que está apaixonada. Vocês vão à festinha da família dele, compram um cachorro junto, viajam para as Filipinas e pro Nepal, entram no Yoga e vão pro pilates de mãos dadas, mas no fundo, tudo é um teatro só. Você jura que vai ganhar uma aliança de casamento e que finalmente achou a pessoa ideal – lua em câncer é foda! Ele te conta coisas sobre a Terra, água e mar. Ex pra ele é ex, e assunto mais do que resolvido (até a sua primeira DR com ele!). Você já tá pra lá de Bagdá de paixão, acredita em tudo o que ele diz, até quando você ta em um bad-hair-day e ele diz que você tá linda, teatro! Você posta foto no feice com a legenda: tou feia! E ele comenta te chamando de linda, maravilhosa, e você? Manda whats pra sua best contando que ele tá apaixonado por você, e que vocês vão casar – lua em câncer é foda! Segunda DR e ele começa a seguir a ex no facebook, óbvio que você vai xingar o Mark Zuckerberg por ter criado essa opção, a culpa não é dele e sim do Mark. Uma cerveja num fim de tarde qualquer e sua lua em câncer volta a aparecer! Paixão, vozinha, e DR no fim da tarde sobre o porquê ele começou a seguir a ex no feice! Se fosse apresentado em qualquer programa de fofoca seria com a manchete: bomba! A ex o aceita no facebook!

Dai em diante o seu sol em aquário surta, você vira stalker-louca, e lembra-se de quando ele citou o Dalai Lhama, quando você surtou e tentou mostrar que ele te fazia mal, claro, ele já tinha se mostrado um boy lixo quando falou que você era o problema e não ele, mas lua em câncer é foda e você sequer percebeu isso. Dai por diante você vive num mundo de stalker-louca que tem medo de clicar em algo e curtir sem querer o que a ex dele posta, até que viu que ele curtiu!

Sol em aquário é um perigo, e sua lua em câncer já não existe mais! Você já assumiu a psicopatia de aquário e já é uma stalker-louca, e vai vendo que cada post postado pela ex é um like do seu boy-magia-lixo! E como numa era de evolução: os likes viram comentários e que viram uma bomba de Hiroshima caseira que você aprendeu a fabricar no youtube e que vira essa bomba na casa do boy-lixo e que vira seu final feliz para sempre. Fim!

segunda-feira, 18 de março de 2013

terça-feira, 5 de março de 2013

Depressão pós Date


Há dias você paquera, flerta e sonha com aquele cara que conheceu na festa da sua prima e que te adicionou no dia seguinte no facebook, mas você está super ocupada com o cursinho e ele há dois finais de semanas tem ido em despedidas de amigas que estão indo morar na Venezuela, até que: ele decide te convidar pra um date. Então começa o jogo.

Ele pede para você escolhe o lugar e sugere cinema, mas você é daquelas que não sabe o que tá passando no cinema, ou acha dates no cinema mais demodê do que falar demodê, enfim. Você quer tomar um chopp pra se soltar mais, ou para embebeda-lo, então sugere um barzinho que você frequenta com suas amigas na vila madalena, e sabe que lá tem double chopp! Ele quer impressionar, aceita na hora: cagada feita.

Dai por diante parece que os dias são intermináveis e você abre mão do cursinho e só tem cabeça para o date: segunda cagada feita. Dates muito esperados são sempre os piores. Você ensaia um discurso legal, pensa em quantos chopps vai tomar, usa um creme novo de hidratação que a sua mãe comprou e vai, vai como se fosse o dia do seu casamento: terceiro erro.

O quarto erro acontece quando você chega no barzinho e descobre que o cara é careta e pede um suco de abaxaci com hortelã, enquanto você decide pedir um chopp, que nesse barzinho um vale por dois, e dois por quatro e game over: você já ta se sentindo numa sessão de terapia. Essa sensação é a pior sensação de um date, mas no momento é a melhor do mundo para você. Ambos estão falando de você, te dando dicas, falando dos seus defeitos, mais um chopp, você começa a chorar, a falar da briga que teve com sua mãe, do dia que seu cachorro morreu e daquela professora que você teve no pré e disse que você era muito criativa.

O cara parece curtir a sessão de terapia e você tá achando que ele tá super afim de você, mas ele recebe uma SMS no whatsapp e dai por diante só tem olhos para o whatsapp, você sugere ir embora e lembra que tomou mais chopps do que queria: quinta e ultima cagada feita. Ele vem com aquele papinho: tá ficando tarde né? Você percebe a cagada que fez, mas já é tarde de mais. Então decidem ir embora, você não o pegou e tá puta por isso e ele no dia seguinte some, para sempre: fim - e mais uma sessão de terapia, ops, mais um date para a sua lista.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Depressão Pós Criar um Blog


Dizem que só passamos a entender a vida depois que viramos mães, mas na verdade, o grande prazer da vida é criar um blog, é como ser mãe, você vai ter que amamenta-lo, e quando ele crescer, terá amiguinhos, chatos ou não, querendo te comer ou que vão ficar te criticando só por que você é uma quarentona cafona, mas no fundo, não deixa de ter aquele lado sentimental, fraternal e de elo que só existe entre você e seu filho, vulgo blog. Como um filho, as pessoas esquecem que o blog é seu e que você posta o que quiser, mas é ai que vem aquele seu lado quarentona hippie e que manda tudo se foder.

Pensando bem, na verdade, o blog é aquele filho do seu marido que passa apenas o final de semana com vocês no guarujá e que leva os amigos que usam aquelas correntes grossas prata e que tudo o que você fala eles admiram, gostam do seu cabelo vermelho cereja e do seu victoria secrets só por que lembra aquela mina que eles conheceram na orla da praia. 

Criar um blog é um ato libertador, é uma mistura de sentimentos que te faz sentir o próprio Che Guevara, ou até mesmo a blogueira cubana hipster. É como se a sua vida começasse naquele momento, é uma sensação única, tipo aquela ginástica facial que você aprendeu na Ana Maria Braga e que não abre mão de fazer todos os dias. 

E depois de longos anos, e de ver a professorinha de carrossel nua, decidi ser mãe e estou aqui pensando num layout legal, com saudades do maximus bruxinha e dos seus templates. 

Mundo dos blogs: eu voltei.