quarta-feira, 5 de março de 2014

Depressão Pós Machismo

É ele, ali, guardado naquele discurso de homem de bem, de cabra da peste, de homem arretado, que ele, se esconde. É nos tapas pra "virar homem", nos carrinhos, no "azul é de menino e rosa de menina", é naquela brincadeirinha de que crianças tem que se beijar (crianças do sexo oposto, vale lembrar) e até mesmo naquela bola, que ele ganhou de aniversário, que ele se esconde. É no corte de cabelo curto, na força que tem ter, nos palavrões que tem que falar e na falta de sentimento que tem que ter, que ele, se esconde. É no carnaval, no futebol, no Rio de Janeiro ou em São Paulo, em baianos, paulistanos, cearense, em mim e em você, que ele, se esconde. É na falta de amor, no ódio, nas brigas, nos xingamentos. Ele tá ali, aqui, aí. Ele é sutil, se camufla bem e fere como ninguém. É no nojo, na vontade de vomitar e nas novelas. É na educação, na falta de educação. Ele se esconde. Esconde. Camufla. Machuca. Mata. Macho, macho-man.

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